Outubro Rosa: Erika identificou o câncer de mama com 28 anos. Hoje, acredita que a força, garra e energia foram suporte para a cura

“Notei um caroço e achei que era leite empedrado. Duas semanas depois, tirei o caroço e veio o diagnóstico. Achei que ia morrer e deixar minha filha órfã. Minha mãe já havia morrido pelo mesmo motivo aos 48 anos. Fiz todos os exames possíveis pra detectar qualquer metástase, mas, por sorte, só os linfonodos da axila esquerda haviam sido tomados. Fiz a cirurgia de mastectomia radical. Reconstruí o seio com prótese imediatamente na mesma operação. Aí veio o tratamento com oito sessões de quimioterapia. Perdi o cabelo, sobrancelhas e vários pelos do corpo. Passei mal, meu estômago ficou péssimo, minhas veias fracas e precisei de várias injeções para melhorar meu sistema imunológico.

Depois se seguiram 35 sessões de radioterapia diárias. Após um ano, fiz outra cirurgia preventiva no outro seio, também com reconstrução imediata. Passei por um teste genético e fiquei sabendo de uma falha nos genes BRCA1 e BRCA2, o que elevava muito o risco de câncer de mama e de ovário. Depois disso, me submeti a uma histerectomia total, retirando os ovários. Aos 33 anos, já entrava na menopausa e, com ela, veio todos os sintomas. Mas sempre enfrentei tudo com muita força, garra e energia.

O que precisasse tirar, eu tirava. Não me importava. Hoje, 15 anos depois, não tive nenhuma recidiva ou metástase. Sou feliz e vivo plenamente minha vida. Crio minha filha, namoro, saio e me divirto sempre. Nenhuma das cicatrizes foi capaz de me afastar da minha capacidade de viver e ser feliz. Minha filha me preocupa, uma vez que ela pode carregar a mesma herança genética. Mas tenho muita confiança de que isso também vai se resolver. Quando conheço alguém que está passando por algo parecido, digo com toda a confiança que é possível vencer. Tem que encarar, sem se deixar abater. Acredito que, junto com um bom acompanhamento médico, remédios corretos e força interior, o nosso instinto de sobrevivência é o que dá o combustível pra superar a tormenta. Dependemos de nós mesmos e não podemos esperar que outros indivíduos nos deem a esperança. Criar minha filha e vê-la crescer foi meu objetivo principal. Tudo é possível quando realmente queremos”.

 

https://saude.abril.com.br/medicina/5-leitoras-contam-como-descobriram-e-superaram-o-cancer-de-mama/