HPV é um dos fatores risco para o câncer de boca e garganta

O HPV (Papiloma Vírus Humano) sempre foi considerado fator de risco para o câncer de colo do útero, já que é uma doença sexualmente transmissível. Mas nos últimos anos ele também tem contribuído para o aumento dos casos de câncer da cavidade oral.

Isso ocorre por conta da prática do sexo oral sem proteção, considerado o principal fator de contaminação entre os jovens. Há cerca de 20 anos a doença era mais incidente em pessoas acima dos 50 anos, mas esta estatística tem mudado. Grande parte dos casos atuais são diagnosticados em adultos até os 40 anos.

O consumo excessivo de álcool e tabaco ainda é a principal causa dos tumores de boca e garganta, mas com o aumento dos casos de HPV, estima-se que até 2020 o vírus passe a ser o fator de maior risco. Para o ano de 2018 o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que ocorram 14.700 novos casos de câncer na cavidade oral nos brasileiros.

Existem mais de 150 tipos de HPV, mas a maioria é tratada espontaneamente pelo sistema imunológico e a pessoa nem percebe que se infectou. Mesmo assim pode transmitir o vírus enquanto ele ainda está no organismo. Entre todos, pelo menos 13 tipos são considerados mais perigosos, podendo provocar infecções e desenvolvimento de câncer.

Pelo fato de não ter como saber quando uma pessoa está infectada, a melhor forma de se proteger é com a prevenção. Além do uso de preservativo nas relações sexuais, a vacina é fundamental.

Ela está disponível gratuitamente para meninos e meninas dos 9 aos 14 anos de idade, e também para pessoas de 9 a 26 anos que vivem com HIV ou AIDS, fizeram transplante de órgãos e que fazem tratamento contra câncer.

Para pessoas acima de 26 anos a vacina só está disponível em clínicas particulares. O custo é elevado, podendo ficar em torno de R$200,00 por dose da bivalente (que protege contra 2 tipos de vírus) e R$300,00 por dose da tetravalente (que protege contra 4 tipos de vírus).

Ambos os tipos necessitam de 3 doses e sua validade dura cerca de 8 ou 9 anos. Mesmo vacinado, é importante continuar usando preservativo para evitar contrair um tipo de vírus que não esteja protegido pela vacina e o sistema imune não consiga combater.