A relação entre obesidade e sedentarismo com o câncer de próstata

                Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos de câncer no mundo estão relacionados ao nosso modo de vida e rotina. Entre os principais fatores responsáveis por este preocupante cenário estão os hábitos alimentares pouco saudáveis e a falta de uma rotina de exercícios físicos.

                O câncer de próstata, ao lado da disfunção erétil, do infarto e do derrame, representa um dos fantasmas que assombra o envelhecimento masculino. Geralmente, os fatores de risco reconhecidos são: a idade, a etnia negra e a história familiar positiva. Quem é mais velho, negro, ou tem um irmão, pai ou avô que teve câncer da próstata apresenta maior chance de desenvolver este tipo de câncer em comparação aos que não possuem essas características. Infelizmente, esses fatores não podem ser modificados e indicam uma idade mais precoce para iniciar os chamados exames periódicos.

                Por outro lado, existem situações que influenciam o risco do câncer e são passíveis de modificação. Estudos publicados na literatura científica apontam que a obesidade, a dieta rica em gorduras e o sedentarismo poderiam favorecer o desenvolvimento dos tumores na próstata, inclusive estimulando alguns tipos de tumores com um comportamento mais agressivo.

                A obesidade se relaciona com o câncer da próstata de diferentes maneiras: pode significar um fator de risco, pode interferir na dosagem do antígeno prostático específico (PSA) ao provocar uma diluição desta substância no sangue, pode dificultar o exame do toque retal e a realização da biópsia da próstata e, finalmente, pode interferir no comportamento do tumor, interferindo no prognóstico. Todas essas são situações em estudo, pois ainda não há certeza entre os médicos sobre nenhuma das relações citadas.

                Estudos recentes demonstraram de forma consistente que homens com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30 kg/m² têm tumores maiores e mais agressivos em comparação aos que apresentavam IMC inferior a 25. Esta observação, todavia, não permite que se conclua de forma definitiva que a obesidade causa câncer de próstata mais agressivo. Existem outras possíveis explicações: talvez o fato de o PSA estar falsamente reduzido tenha retardado a indicação da biópsia e consequentemente o diagnóstico e a cirurgia para tratar o câncer, levando ao resultado do estudo sem significar uma relação de causa e efeito.

                Portanto, adote hábitos de vida saudáveis! Alimente-se de maneira balanceada, exercite-se regularmente, controle seu peso e você certamente estará melhorando sua saúde, principalmente a cardiovascular. De quebra, talvez você ainda esteja preservando a saúde da sua próstata. Você só tem a ganhar!