Precisamos falar sobre o câncer de garganta

Tecnicamente conhecido como câncer de orofaringe, o câncer de garganta costuma se desenvolver no fundo da cavidade oral, região que abrange a base da língua, além do palato mole, a úvula, as amígdalas e as paredes laterais e posterior da garganta.

Além de ser uma doença mais comum em homens do que em mulheres, o câncer de garganta é uma condição que preocupa, pois é uma das mais frequentes entre os tumores de cabeça e pescoço. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que, anualmente, cerca de 7.600 novos casos desta doença sejam diagnosticados no Brasil.

A garganta faz parte de processos fundamentais ao bom funcionamento do nosso corpo, como a respiração, a alimentação, a deglutição e a fala, sendo formada por diversos tipos de tecidos suscetíveis a serem acometidos por tumores.

Continue lendo e saiba quais são os principais fatores de risco, como diagnosticar e tratar a doença, além de descobrir se existe, afinal, uma forma de se prevenir contra o câncer de garganta.

Câncer de garganta e seus fatores de risco

Como se pode imaginar, alguns hábitos podem trazer maiores riscos de desenvolvimento da doença, tais como o tabagismo, o alto consumo de álcool e a infecção pelo Papilomavírus humano (HPV).

Outra característica importante de se observar é a faixa etária usualmente acometida. A maioria dos pacientes são diagnosticados com câncer de garganta na faixa acima dos 55 anos, alcançando uma média de idade de 66 anos. Apesar deste fato, é essencial ressaltar que a doença pode atingir pessoas mais jovens, principalmente quando a causa para este tipo de câncer está associada à infecção pelo HPV, um vírus sexualmente transmissível.

De maneira geral, quando falamos sobre gênero, a probabilidade de desenvolvimento do câncer de garganta é de 1 em 190 para homens, enquanto para mulheres é de 1 em 830. Esta maior incidência da doença em homens deve-se muito aos hábitos de vida mais comumente adotados por eles, como o tabagismo e o consumo abusivo de bebidas alcoólicas.

Contudo, um fato positivo tem sido a redução no número de casos a cada ano, caindo de 2 a 3%, índice associado à diminuição do hábito de fumar. A mortalidade do câncer de garganta também diminuiu nesta proporção na última década, muito provavelmente por causa de diagnósticos precoces e tratamentos mais eficientes, aumentando as chances de cura.

Diagnosticando o câncer de garganta

Como vimos, o diagnóstico precoce do câncer de garganta está associado a maiores chances de sucesso no tratamento, portanto, torna-se essencial incluir a saúde da cavidade oral no acompanhamento de rotina, mesmo sem sintomas.

Alguns primeiros sinais de câncer de garganta podem incluir:

- Alterações na voz, como rouquidão ou dificuldade para pronunciar as palavras;

- Dificuldade para respirar;

- Dor de garganta, dor de ouvido ou dificuldade para engolir;

- Engasgos e tosse frequentes;

- Ínguas persistentes no pescoço;

- Lesões esbranquiçadas ou avermelhadas no interior da boca e amígdalas, por mais de três semanas;

- Perda de peso não intencional.

Ao consultar um médico especialista, como um otorrinolaringologista, diversas abordagens podem ser utilizadas para diagnosticar a doença. Através de endoscópio ou laringoscópio é possível avaliar a região da garganta e das cordas vocais para identificar quaisquer alterações.

Caso detectada anormalidade, uma amostra do tecido da área é coletada e enviada para análise do anátomo patológico que detecta o tipo de célula tumoral e para a imuno-histoquímica, que detecta uma proteína específica relacionada ao HPV. Se identificado o câncer de garganta, é preciso descobrir o estadiamento em que a doença se encontra, ou seja o volume de doença a ser tratado e isso é feito com exames de tomografia computadorizada, ressonância magnética ou PET Scan. Neste processo, é determinada a extensão do câncer e se há impactos em outros órgãos e gânglios linfáticos.

Tratamentos para câncer de garganta

O tratamento é debatido entre médico, paciente e seus familiares, definido conforme a localização exata do tumor, o estadiamento do câncer de garganta, tipos de células cancerígenas, a presença de infecção de HPV ou não, e por fim, o estado de saúde geral do portador da doença.

Os procedimentos geralmente recomendáveis, de acordo com cada caso, são:

1. Cirurgia

Pode ser a indicação inicial, dependendo da localização e da fase em que o câncer se encontra, além das condições de saúde gerais do paciente, para ser realizada.

2. Imunoterapia

Neste caso, são realizados estímulos no próprio sistema imunológico do paciente para a produção de proteínas que auxiliem as células saudáveis a se blindarem das cancerígenas. Geralmente, esta terapia fica restrita a estágios mais avançados de câncer que não respondem a tratamentos convencionais.

3. Quimioterapia

A quimio geralmente é realizada junto com a radioterapia, visando acabar com as células cancerosas.

4. Radioterapia

A radioterapia é indicada para tipos de câncer de garganta pequenos ou que ainda não tenham se espalhado para os linfonodos. Normalmente, o procedimento pode ser associado à quimioterapia ou à cirurgia, ajudando a reduzir os sintomas e deixando o paciente mais confortável.

5. Terapia-alvo

Este tratamento usa os próprios defeitos das células cancerosas contra elas mesmas, evitando a sua multiplicação.

Normalmente, profissionais de diferentes áreas são envolvidos no tratamento do câncer de garganta, como: oncologista clínico, radio-oncologista, cirurgião de cabeça e pescoço, dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e enfermeiros. Cada um deles acompanha o desenvolvimento do paciente de forma geral, participando ativamente tanto do tratamento quanto da reabilitação.

O retorno à vida normal é muito esperado pelo paciente e seus entes queridos, por isso, é preciso que a recuperação seja encaminhada com paciência e disciplina, retomando aos poucos a capacidade de ingerir alimentos, engolir e até mesmo falar.

Existe prevenção contra o câncer de garganta?

Até hoje, não é possível dizer que exista uma maneira cientificamente comprovada de prevenir este tipo de câncer. No entanto, certos cuidados podem ser recomendáveis para reduzir os riscos, como:

- Abandonar o tabagismo (cigarros convencionais e eletrônicos, charutos, narguilés e demais);

- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, fazendo-o moderadamente;

- Usar preservativo em todas as práticas sexuais, inclusive no sexo oral, a fim de evitar o HPV;

- Vacinar-se contra o HPV (a imunização está disponível gratuitamente para meninos e meninas dos 9 aos 14 anos e para pessoas de 9 a 26 anos que vivem com HIV ou AIDS, fizeram transplante de órgãos e que fazem tratamento contra câncer. Para pessoas acima de 26 anos, a vacina só está disponível em clínicas particulares).

A informação sobre o câncer de garganta ajuda a conscientizar toda a sociedade sobre os riscos de hábitos pouco saudáveis e como buscar o diagnóstico ao menor sinal de anormalidade. A Corb Radioterapia entende que a busca pela saúde deve ser uma prioridade, por isso, investimos em tratamentos modernos, seguros e eficientes contra diversos tipos de câncer, aliando tecnologia ao olhar carinhoso com nossos pacientes.

Se precisar, agende sua consulta e conheça nossa estrutura nas cidades de Blumenau, Joinville e Balneário Camboriú.

Leia também: HPV é um dos fatores de risco para o câncer de boca e garganta.