Como britânica que carrega bolsa pós-colostomia recuperou vida sexual e ajudou outras mulheres

Há cinco anos, a jovem Jasmine Stacey, hoje com 25, passou por uma cirurgia que a obrigou a carregar consigo, permanentemente, uma bolsa com suas fezes. E, por isso, chegou a pensar que jamais teria uma relação sexual outra vez.

Jasmine tinha 10 anos quando começou a sofrer da doença de Crohn, que lhe causava uma dor crônica e a levava ao banheiro em média 25 vezes por dia, além de ter constante diarreia com sangue e muco.

Seus médicos lhe deram uma opção para salvar sua vida: passar por uma ileostomia, cirurgia que conecta o intestino delgado a uma pequena abertura no abdômen - um "ânus artificial" -, permitindo que as fezes caiam diretamente para uma pequena bolsa - procedimento parecido com a colostomia, quando a abertura é ligada ao intestino grosso.

A cirurgia salvou sua vida, mas a deixou diante de uma nova realidade. Lidar com o estigma de levar consigo, permanentemente, uma bolsa com suas fezes, condição sobre a qual ninguém quer falar pelos vários pontos delicados em que toca.

Depois da operação, Jasmine passou um ano sem considerar a possibilidade de sair com um jovem outra vez. Ela se sentia solitária e sua autoestima foi ao chão. Mas chegou um momento em que ela se deu conta de algo: se um homem não quisesse sair com ela por conta da bolsa, então ela também preferia não sair com alguém como ele.

Ponto de virada

O ponto de virada em sua vida ocorreu quando teve a ideia de bolar uma linha de lingerie que se adaptasse melhor à sua condição.

"Eu queria colocar algo feminino e sexy, que me devolvesse a confiança, mas não havia nada acessível para mulheres com uma bolsa como a minha", lembra-se. "Se terei ou não relações sexuais, quero me ver bonita. Faço os desenhos para empoderar as mulheres".

Jasmine deu um grande passo em 2015, quando deixou seu emprego como enfermeira para abrir uma empresa de lingerie, à qual, hoje, se dedica integralmente. "Agora estou solteira, mas a lição mais importante que aprendi foi como me amar e me aceitar de novo, com ou sem esse problema", afirma.

 

Leia essa história inspiradora na íntegra: http://www.bbc.com/portuguese/geral-40668449