OUTUBRO ROSA: conheça os detalhes do câncer de mama
O Outubro Rosa surgiu em Nova York, Estados Unidos, em 1990 durante o evento “Corrida
pela Cura”. No dia, foram distribuídos laços rosas para as pessoas, que até hoje, o mesmo
laço é símbolo da campanha em todo o mundo. A data tem o principal objetivo de
disseminar informações sobre o câncer de mama, como cuidados, prevenção, diagnóstico e
tratamentos.
O câncer de mama é caracterizado por uma multiplicação anormal desordenada de células
no tecido mamário que formam o tumor e, apesar de raro, homens também podem
desenvolver o câncer de mama. A doença se desenvolve em decorrência de alterações
genéticas. Porém, isso não significa que os tumores da mama são sempre hereditários.
Quando o corpo funciona normalmente, substitui as células antigas por novas e saudáveis.
As mutações genéticas podem alterar a habilidade da célula de manter sua divisão e
reprodução sob controle, produzindo células em excesso, aumentando o risco de formar um
tumor.
Um tumor pode ser benigno (não perigoso para a saúde) ou maligno (tem o potencial de ser
perigoso). Os benignos não são considerados cancerígenos: suas células têm aparência
próxima do normal. Elas crescem lentamente e não invadem os tecidos vizinhos, nem se
espalham para outras partes do corpo.
Os tumores malignos são cancerosos. Caso suas células não sejam controladas, podem
crescer e invadir tecidos e órgãos vizinhos, eventualmente se espalhando para outras partes
do corpo. O câncer de mama consiste em um tumor maligno que se desenvolve a partir de células da
mama. Geralmente, começa nas células do epitélio que reveste a camada mais interna do
ducto mamário. Mais raramente, o câncer de mama pode começar em outros tecidos, tais
como o adiposo e o fibroso da mama.
A doença pode ser “in situ”, palavra que significa “localizado”, aquele em que ainda não há
risco de invasão e metástase, com chances de cura de aproximadamente 100%. Mesmo os
tumores invasivos (quando invadem a membrana basal da célula) podem ser curados se o
diagnóstico for estabelecido em fase precoce.
As alterações nos genes podem ser herdadas (casos dos cânceres hereditários) ou adquiridas.
O câncer de mama hereditário corresponde a cerca de 5% a 10% dos casos, ou seja, quando
existem parentes de primeiro grau com a doença. Portanto, 90% dos casos de câncer de
mama não têm origem hereditária.
As alterações genéticas, que são chamadas mutações, podem ser determinadas por vários
fatores, entre eles: exposição a hormônios (estrogênios), irradiação na parede torácica para
tratamento de linfomas, excesso de peso, ausência de atividade física, excesso de ingestão
de gordura saturada e álcool.
Riscos de Desenvolver um Câncer de Mama
As mulheres, sobretudo a partir dos 40 anos, têm maior risco de desenvolver câncer de
mama. Alguns fatores não se pode mudar, mas outros só dependem de você. Confira abaixo!
Fatores que você não pode mudar:
● Idade;
● Menstruar cedo;
● Menopausa tardia;● História familiar;
● Não engravidar;
● Não amamenta.
Fatores que dependem de você:
● Obesidade e sobrepeso;
● Sedentarismo;
● Alimentação irregular e desequilibrada;
● Má qualidade de vida, seja feliz;
● Falta de cuidados com a saúde;
● Uso regular de bebidas alcoólicas.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Combate ao Câncer (INCA), em 2019 foram
estimados 59.700 casos novos de câncer de mama no Brasil.
Como a doença se manifesta?
● Vermelhidão e pele endurecida;
● Áreas estufadas (abaulamento) e covinha (retração);
● Feridas que não cicatrizam e coceiras que não melhoram;
● Saída de líquido do bico do peito (sem apertar) de cor vermelha ou transparente
como a água;
● Nódulo / caroço ou local endurecido, geralmente indolor;
● Nódulo palpável nas axilas;
● Aparente diferença na anatomia ou formato entre uma mama e a outra (assimetria),
que pode ser diferença de tamanho ou desvios para algum lado.De acordo com dados publicados, em média 70% de casos registrados no Brasil são
diagnosticados em estágio avançado e, muitas vezes pela própria mulher com o autoexame.
Por isso, é muito importante se atentar às mudanças do corpo e fazer exames de rotina.
Quando diagnosticado em fase inicial, o câncer de mama pode ter taxas de cura de até 95%,
por isso: ame-se, cuide-se e toque-se.
Prevenção
Evitar a obesidade, através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, é uma
recomendação básica para prevenir o câncer de mama, já que o excesso de peso aumenta o
risco de desenvolver a doença. A ingestão de álcool, mesmo em quantidade moderada, é
contraindicada, pois é fator de risco para esse tipo de tumor, assim como a exposição a
radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos.
Ainda não há certeza da associação do uso de pílulas anticoncepcionais com o aumento do
risco para o câncer de mama. Podem estar mais predispostas a ter a doença mulheres que
usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, que fizeram uso da
medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da
primeira gravidez.
A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível devido à variação dos
fatores de risco e as características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia.
Existe um conflito de indicações sobre o rastreamento de mama, pois o INCA indica o
rastreamento com mamografia a cada 2 anos para mulheres entre 50-69 anos. Porém a
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBMastologia) orienta que toda mulher acima de 40
anos deve fazer exames anualmente.Diagnóstico
Além das alterações possíveis de serem encontradas na mama mencionadas acima, existem
indicações de tipos de exames e intervalos de tempo que devem ser realizados de acordo
com algumas situações de cada pessoa, por exemplo:
● Mamografia: exame eficaz e reduz mortalidade do câncer de mama, geralmente
indicado isoladamente para mulheres acima de 35 anos.
● Ultrassonografia: método indicado para mulheres abaixo de 35 anos, também
indicado fazer em conjunto com a mamografia nas mulheres acima de 50 anos, ou
como complementação quando resultados na mamografia geram dúvidas.
● Ressonância Nuclear Magnética: tem maior sensibilidade para detectar lesões
multifocais (mais de uma lesão suspeita) e também em pacientes jovens com tecido
mamário mais denso. De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, a
ressonância deve ser solicitada nas seguintes situações: presença de mutação no
gene BRCA1 ou 2, mutação genética desconhecida quando se tem um parente de 1o
grau com mutação no BRCA 1 ou 2, alto risco de câncer de mama de acordo com
modelos de avaliação de risco, história de irradiação do tórax entre os 10-30 anos por
algum outro tratamento (ex: Doença de Hodgkin), ser portador ou ter parente de 1o
grau com mutação nos genes TP53 ou PTEN.
Patologia e estadiamento
A grande maioria dos tumores de mama malignos são do tipo carcinoma Ductal, seguido
pelo carcinoma Lobular , entre outros tipos podem ser encontrados os tumores com
subtipos tubular, mucinoso, cribriforme, secretor, adenóide cístico, metaplásicos e
micropapilares.O estadiamento do câncer de mama é baseado na classificação do TNM, que leva em conta
características como: tamanho e padrão de invasão do tumor primário, presença ou não de
linfonodos acometidos, e a presença ou ausência de metástases a distância.
Após classificar cada uma dessas etapas, chega-se ao estadiamento do câncer de mama, e as
escolhas das formas de tratamento serão mediante esse resultado, e classificando se o
tratamento terá intenção curativa, quando busca a cura, ou paliativa, com intenção de aliviar
sintomas, ter melhor qualidade e tempo de vida.
Tratamento
O tratamento do câncer de mama é multidisciplinar, envolvendo principalmente Cirurgia,
Oncologia clínica e Radioterapia. Mas envolve uma série de especialidades com foco no
paciente e seu bem-estar, como exemplo: nutrição, psicologia, fisioterapia, educação física,
entre outras.
A Cirurgia tem a intenção de retirar o tumor ou toda mama, sendo mais indicado realizar
com um mastologista, mas também realizada por um cirurgião oncológico, especialidade
cirúrgica para operar o câncer. Hoje toda paciente que foi operada por câncer de mama
também tem o direito garantido por lei para realizar a reconstrução da mama, fato que
incluiu a cirurgia plástica nas etapas do tratamento.
A Oncologia clínica tem importância pois vai buscar as informações genéticas e
microscópicas para classificar o tumor e indicar um tratamento sistêmico, que pode ser com
medicações por via oral ou injetáveis, podendo ser quimioterapia, imunoterapia ou
medicações bloqueadoras de Hormônios visando melhores resultados a longo prazo com a
diminuição das chances de desenvolver metástases. E também é o Oncologista que fará
todo acompanhamento do paciente que deve ser por pelo menos 5 anos após o tratamento
com exames periódicos na mama tratada e de todo o corpo.A Radioterapia tem papel fundamental na busca pela cura em casos de doença em estágio
inicial, pois é um tratamento com intuito de melhorar o Controle Local, significa diminuir a
incidência de recidivas na mama e axila tratadas. E também tem resultados favoráveis com
intenção paliativa, buscando efeito de diminuir a dor do local, estancar sangramentos,
diminuir nódulos que causa compressão em alguma região do corpo atrapalhando as
funções fisiológicas (funcionamento normal do corpo humano).
Esperamos poder ter orientado sobre o câncer de mama, a importância dos cuidados
preventivos, cuidados com a saúde, possibilitando um diagnóstico precoce e aumentando as
chances de um tratamento menos agressivo e com maior chances de cura.
Fique atento aos próximos conteúdos que iremos abordar sobre as formas de tratamento e
principalmente da Radioterapia no Câncer de mama.
Na Corb, cuidamos de você com todo o cuidado e proteção. Estamos com você neste
momento importante e te ajudamos a passar por cada etapa. Lembre-se de buscar ajuda
médica e fazer o exame preventivo.
Sites:
https://www.sbmastologia.com.br/
https://youtu.be/k0nieJUB8O4
https://youtu.be/G26t_qEoXPA
https://www.fcm.unicamp.br/acessus/agravos-estudados/cancer-de-mama